quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Falácias

É incrível como a Internet é a melhor invenção já criada para o espalhamento de boatos e inverdades. Vários escritores já foram vítimas de textos "seus" circulando indevidamente na Web. Posso citar, por exemplo, o Arnaldo Jabor e o Luís Fernando Veríssimo. O problema é tão sério que um desses textos surgiu numa disciplina de pós-graduação que freqüento e, para piorar, foi objeto de análise. Já pensou num bando de empolgados neo-analistas literários tecendo observações acerca do estilo do autor, seu humor, sua ironia, etc? Pois é, nossa época exige cuidados... Vou ver se consigo elencar alguns.

Primeiramente, quando alguém for pesquisar um determinado assunto, jamais saia por aí espalhando informações encontradas unicamente em sites como Wikipédia ou blogs de desconhecidos. Esses ambientes costumam conter informações imprecisas e até mesmo inverídicas, já que seus autores normalmente não possuem o rigor técnico necessário. Não estou dizendo para não consultar esses locais, mas sim que é uma boa prática buscar outras referências (tomando o cuidado para não pesquisar em páginas que simplesmente reproduzem o mesmo erro). No caso específico da Wikipédia, há que se ter ainda mais cautela, pois lá alguns erros parecem ser propositais, aparentes tentativas de induzir à desinformação e/ou versões baseadas em interesses incertos.

Segundo: quando receber um texto via e-mail ou coisa parecida, averigüe sua autoria em sites de busca, pois a polêmica se espalha rapidamente. Muito cuidado ao repassar informações autorais, pois você pode estar contribuindo para a disseminação de boatos e mentiras. Basta ver o caso acima de textos do Veríssimo ("Não às drogas") e do Jabor ("Bunda dura", ou algo assim).

Outro atitude importante é não passar para frente textos e mensagens de autoria duvidosa. Se não souber quem escreveu, não repasse. Outro dia recebi um e-mail com um texto escrito por Shakespeare, vejam só. Bastaram alguns instantes de pesquisa na Internet para verificar a inveracidade da mensagem. Há relatos de casos parecidos com os nomes de Borges, Pessoa e muitos outros.

Creio que essas três ressalvas de cautela são suficientes para que tomemos cuidado no repasse de informações, pois, se a Internet é uma poderosa ferramenta de disseminação de conhecimento, também pode ser uma perigosa armadilha na propagação de conteúdo falso, mesmo isto não sendo uma novidade, pois são famosos os casos de textos falsificados na mídia impressa (principalmente em entrevistas para jornais e revistas) e até mesmo em obras de referência, como enciclopédias. A eletrônica apenas ajuda a agilizar o processo.

O próximo post evidencia um caso bastante exemplar do que pode acontecer com informações de origem mal determinada.

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